Entrega sem enterrar o quê.

Enterro hoje a minha adorada
Meu encanto adormecido
A dor imaculada.

Entrego ao universo todas as emoções
Não vividas nem sentidas.
Entrego o coração cercado de dragões
Perto do moinhos de ventos,
Na rua das vírgulas do andarilho motivador

Ó divindade amorosa, por que permitistes esta estrada sem rumo?
Estrada sem rua, sem avenida, sem pedestre ou ciclistas.
Sem motorista.
Meu norte não é do sul, nem do leste.
O este ser aqui.
Enterro-vos. Entrego tudo que construí.
Construção com final sem início.

Edifício.
Casa, não mais.
Asas de telhados que nos levam ao infinito oceano interior
De cores misturadas, sem princípios.
Foi-se o lar. Enterrou-se na cova dos imaginários, seguidores de Platão
Os imaginários sem realidade firmes no chão.

Outono de 2017.
São Bernardo do Campo/2017. Matheus Pensador.

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