Estou chegando.

Como sempre, tenho grandes dificuldades em começar os meus textos, seja pelo tema, seja pelo ato de me permitir a extrair de mim sentimentos, memórias, pensamentos…

Quase sempre não sei onde meus textos querem chegar, o que me causa tamanho medo.

Medo porque sei que, hoje, após ter tido um pouquinho mais de acesso aos conhecimentos filosóficos, acadêmicos, linguísticos e literários vejo que todo autor morre-se um pouco deixando uma parte de si nesses sinais que chamamos de palavra.

Talvez seja disso que eu esteja carecendo e não quero admitir: escrever por escrever. Isso ajuda a conseguirmos ter mais foco sobre onde queremos chegar. Porém, a escrita é algo mágico, mítico, transcendental onde, muitas vezes, ao escrever me sinto saindo do corpo e deixando apenas os dedos correrem livremente pelo teclado, sem olhar pontuação, letra, a travessia… O que mais importa em um texto? É a ideia, o autor, o assunto ou o que ele possibilita sentir?

É desafiador escrever sem ter remetentes. Algo que observei nas aulas com meus alunos dizendo que estavam cansados de escrever para pessoas que nunca liam ou leriam… Eu sabia exatamente o que eles estavam sentindo, embora tive bons leitores de meus textos nas aulas de português, hoje me encontro na mesma situação que eles, meus alunos, estavam, só que agora aqui.

Escrever para um blog ou site, de acordo com minhas poucas experiências, tem sido algo frustrante pelo fato de saber que não há público leitor. As pessoas ficam sabendo sobre meus textos quando falo, não porque elas veem nas páginas de anúncios. O que de certa forma também tem seu lado bom. Mas o que quero dizer aqui é que, da mesma forma que a Literatura me trouxe vida por meio das palavras, gostaria de retransmitir isso em palavras também. Sei que não é o suficiente, porque a Literatura é muito mais que palavra, mas uma maneira de viver e sentir o mundo e as nossas sociedades de maneiras completamente diferentes.

Onde quero chegar com esse texto? Não há chegada, apenas partida, início, um empurrãozinho . . . pois ainda não cheguei.

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