Quando voltamos a nossa essência, questiono se vale a pena indagar tanto o ‘quem sou’. Apesar de que a proposta dessa indagação quase sempre é responder, na verdade, o ‘quem estou’. ‘Quem sou’ é fácil explicar, discutir, uma vez que sabemos das nossas atitudes. Quem estou é diferente, além de ser momentâneo, é despercebido de nosso inconsciente. A busca pelo autoconhecimento não tem um caminho específico. Passamos por várias trilhas que, muitas vezes, desconhecidas por nós mesmo, nos levam a outras fontes. Algumas são cristalinas, puras, outras como vastos pântanos.
Autoconhecimento é semelhante uma tempestade em alto mar. Imagine-se num barco, no vasto oceano enfrentando uma árdua batalha contra a revolta do mar. O mar representa todo nosso inconsciente. O barco, nosso consciente. Então, quando agitados, ficamos a mercê do mar (inconsciente). É nestes momentos que são manifestados o que está em nós, porém, cabe ao navegante saber enxergar o movimento e juntar-se ao equilíbrio e balanço do mar para que não caia na imensidão.
Conhecer-se requer rupturas de antigas ideias, de paradigmas, de fantasmas… É buscar a compreensão pelo “não sentido”, isto é, interpretar imagens, sons, pensamentos que soam como descartáveis e investir nesta jornada. Quem sou? Além de meu nome ter o significado de “Oferta de Deus/Dádiva de Deus” e um corpo energético ambulante, não tenho definições para expressar minha essência. Quem sou? Um jovem perdido em busca de si mesmo. Um navegante de mares desconhecidos. Um escritor sem frases e palavras que não se enquadram entre as linhas para discorrer sobre estas um mero significado. Sou. Só sou, simplesmente isto. Tem preço se conhecer? Valor em saber das nossas limitações? O que vale disso tudo, afinal, se no fim marchamos para o desconhecido entre os vivos, onde só quem não É mais sabe a verdade, além daqui? Garimpo tais respostas nas minas da minha fonte, da minha vida.
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